quarta-feira, 30 de novembro de 2011

American Airlines força redução de custos com recurso à protecção de credores

Presstur 29-11-2011 (14h37)A American Airlines, que foi a maior companhia aérea do mundo até às fusões da Delta com a Northwest e da United com a Continental, anunciou hoje o recurso à protecção de credores, o Chapter 11 da legislação de falências dos EUA, para conseguir uma “estrutura de custos e da dívida” que seja competitiva.
O Board do grupo “determinou que uma reorganização [enquadrada] no Chapter 11” é o que melhor defende os interesse da companhias e dos seus stakeholders, diz a comunicação da AMR, holding da American Airlines e da American Eagle sobre a decisão anunciada hoje.
Analistas citados pelas agência de notícias comentaram que a American Airlines vai passar agora pelo processo que as suas maiores concorrentes passaram a seguir aos atentados de 11 de Setembro de 2001, em que tiveram que recorrer ao Chapter 11 para se reestruturarem.
O comunicado da AMR frisa que apesar de recorrer à protecção de credores a actividade da American Airlines, American Eagle e das outras subsidiárias vai manter-se inalterada.
“Esta foi uma decisão difícil, mas é o caminho necessário e certo” para o grupo se tornar “mais eficiente, financeiramente mais forte e mais competitivo”, comentou Thomas W. Horton, novo Chairman, CEO e Presidente da AMR e da American Airlines, substituindo Gerard Arpey, que anunciou querer retirar-se.
Nessa declaração, publicada em comunicado da American, Thomas Horton diz que o grupo teve êxito em vários domínios, desde a modernização da frota ao reforço das redes doméstica e global, investiu em produto e em tecnologia, mas precisa de enfrentar o problema da estrutura de custos.
Thomas Horton afirma que nas últimas semanas o grupo insistiu na urgência de enfrentar a questão da estrutura de custos, referindo que a empresa sofria de uma “muito substancial desvantagem em comparação com os maiores competidores”, que, frisa, todos eles fizeram reestruturações ao abrigo do Chapter 11.
A situação, acrescenta, ganhou ainda maior relevância face à aceleração do impacto [no sector] da incerteza económica global, que provoca instabilidade nas receitas, e à volatilidade e aumento dos preços dos combustíveis.
“O nosso Board decidiu que era necessário dar este passo agora para restaurar a rentabilidade da companhia, a flexibilidade operacional e força financeira”, disse ainda Thomas Horton, que garantiu que durante a reestruturação os clientes continuarão a ser a prioridade do grupo.
O “homem forte” garantiu ainda que o grupo vai manter “uma forte presença nos mercados doméstico e internacional” e as suas “praças-fortes” em Dallas/Fort Worth, Chicago, Nova Iorque, Miami e Los Angeles.
A imprensa norte-americana está a noticiar que a AMR viu-se compelida a recorrer ao Chapter 11 depois de não obter o acordo dos trabalhadores para os cortes de custos que considerava necessários e salienta que a American, com sede em Fort Worth, Texas, em actividade desde 1920, era a única das grandes companhias de rede do EUA que ainda não tinha estado sob protecção de credores.
As notícias referem que na petição perante o U.S. Bankruptcy Court for the Southern District of New York a AMR indica que os seus activos ascendem a 24,7 mil milhões de dólares e a dívida está em 29,6 mil milhões.
As companhias da AMR têm actualmente uma rede que estende a 260 aeroportos em mais de 50 países, contando com uma frota de mais de 900 aviões com os quais fazem diariamente mais de 3,3 mil voos. Adicionalmente, a American Airlines é “o pilar norte-americano” da oneworld, aliança de que “o pilar europeu” é o IAG - International Airlines Grupo, holding que integra a British Airways e a Iberia.
Os últimos dados de tráfego publicados pelo Departamento de Transportes do Governo dos EUA sobre o tráfego aéreo transportado por companhias norte-americanas, relativos a Janeiro a Agosto, colocavam a American como nº 3, com 58,138 milhões de embarques, atrás da Delta, com 77,091 milhões, e da low cost Southwest, com 74,18 milhões.
A informação, no entanto, ainda apresenta separadamente os dados de tráfego da United e da Continental, a primeira com 34,5 milhões de passageiros e a segunda com 30,86 mihões. A American estava praticamente com o mesmo número de passageiros transportados que no período homólogo de 2010, enquanto a Delta tinha +3,2%, a Southwest tinha +4,8%, a United baixava 5,6% e a Continental aumentava 4,7%.
No mês de Agosto, no entanto, a American tinha um decréscimo de 0,9%, para 7,646 milhões de embarques, enquanto a Delta e a Southwest tinham aumentos, de 2,7%, para 10,7 milhões, e de 1,1%, para 9,6 milhões, respectivamente.
Photo:FFP

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